Sem comer, dormir nem ver a família, Rodrigo Pimentel conta sua saga diária de 18 horas
POR TATIANA AVILEZ

Foto: Divulgação
Rio - Rodrigo Pimentel é, sem dúvida, o Caio Ribeiro da vez. Se na Copa do Mundo o comentarista esportivo não saía da TV, com Pimentel não está sendo diferente. Com a guerra instaurada no Rio contra os traficantes, o ex-capitão do Bope e a apresentadora Ana Paula Araújo (o Tiago Leifert da vez) estão “internados” na Globo.
Com este cenário, as brincadeiras na Internet estão bombando e a campanha “libertem o Rodrigo Pimentel” é um dos principais assuntos do Twitter. Diante de uma cobertura histórica, tantas imagens e muitas informações, Pimentel tomou uma decisão: “Vou escrever um novo livro. Quero contar os bastidores”.
Ficar mais de 18 horas no ar fazendo uma cobertura ao vivo fez com que o especialista em segurança da emissora carioca mudasse completamente o seu dia a dia. “Só conseguia ir em casa dormir duas, quatro horas, um cochilo na verdade, porque moro perto. Não almoço desde então. Foi muita barrinha de cereal, suco”, diz Pimentel. Ontem, finalmente, ele conseguiu sair para almoçar e escutou de um telespectador na rua: “Te libertaram!”, conta, rindo, Pimentel.
Quando não está no ar, ele fica na redação apurando informações. A rotina normal começa às 8h e acaba à 1h30 da manhã. “Eu fiquei tão motivado com tudo que estava acontecendo que não tive exaustão. A minha voz começou a falhar na segunda, mas a fonoaudióloga veio me socorrer”. Com tantas horas de trabalho, Rodrigo Pimentel só se incomoda em não ter conseguido ver os dois filhos, um de 11 e outro de 7 anos. “Chegava em casa e eles estavam dormindo. Só na segunda consegui encontrar com eles.”
O mais velho, aliás, falou o que está todo mundo perguntando. “Ele, que é muito observador, me disse: ‘Pai, o ‘Tropa 3’ já está pronto, né?’”, contou o autor de ‘A Elite da Tropa’, que deu origem aos dois filmes “Tropa de Elite”. Se vai ter ou não, ele não sabe. Mas é o meu sonho poder fazer. Quero falar da implantação das UPPs”, confessa.
O entusiasmo foi tanto que Pimentel confessou que, se fosse necessário, voltaria para as ruas. “Me deu muita vontade de estar ali, mas a cobertura que fiz aqui na Globo foi tão importante quanto estar na linha de frente. Sensibilizamos o Brasil, orientamos os moradores, fizemos apelo para as mães dos traficantes e mostramos a transparência da operação”, lembra, consciente do papel social que continua exercendo do lado de fora do Bope.
Rodrigo Pimentel fala ainda sobre a importância do retorno que teve através das redes sociais. “Havia pessoas dizendo que entendiam o que eu estava falando, até familiares de policiais me pedindo informações e me agradecendo. Afinal, são 2.800 esposas de toda uma corporação que estavam vendo os maridos em uma situação grave. Eu estava muito preocupado em dizer para as famílias que eles estavam bem. Era uma ação tranquilizadora”.
E o ex- capitão ainda fica espantado com algo? “Fiquei quando vi tanto bandido junto antes da operação na Vila Cruzeiro. Na minha última operação no Alemão, vi no máximo 40. Aquela cena me causou surpresa e indignação”
Com este cenário, as brincadeiras na Internet estão bombando e a campanha “libertem o Rodrigo Pimentel” é um dos principais assuntos do Twitter. Diante de uma cobertura histórica, tantas imagens e muitas informações, Pimentel tomou uma decisão: “Vou escrever um novo livro. Quero contar os bastidores”.
Ficar mais de 18 horas no ar fazendo uma cobertura ao vivo fez com que o especialista em segurança da emissora carioca mudasse completamente o seu dia a dia. “Só conseguia ir em casa dormir duas, quatro horas, um cochilo na verdade, porque moro perto. Não almoço desde então. Foi muita barrinha de cereal, suco”, diz Pimentel. Ontem, finalmente, ele conseguiu sair para almoçar e escutou de um telespectador na rua: “Te libertaram!”, conta, rindo, Pimentel.
Quando não está no ar, ele fica na redação apurando informações. A rotina normal começa às 8h e acaba à 1h30 da manhã. “Eu fiquei tão motivado com tudo que estava acontecendo que não tive exaustão. A minha voz começou a falhar na segunda, mas a fonoaudióloga veio me socorrer”. Com tantas horas de trabalho, Rodrigo Pimentel só se incomoda em não ter conseguido ver os dois filhos, um de 11 e outro de 7 anos. “Chegava em casa e eles estavam dormindo. Só na segunda consegui encontrar com eles.”
O mais velho, aliás, falou o que está todo mundo perguntando. “Ele, que é muito observador, me disse: ‘Pai, o ‘Tropa 3’ já está pronto, né?’”, contou o autor de ‘A Elite da Tropa’, que deu origem aos dois filmes “Tropa de Elite”. Se vai ter ou não, ele não sabe. Mas é o meu sonho poder fazer. Quero falar da implantação das UPPs”, confessa.
O entusiasmo foi tanto que Pimentel confessou que, se fosse necessário, voltaria para as ruas. “Me deu muita vontade de estar ali, mas a cobertura que fiz aqui na Globo foi tão importante quanto estar na linha de frente. Sensibilizamos o Brasil, orientamos os moradores, fizemos apelo para as mães dos traficantes e mostramos a transparência da operação”, lembra, consciente do papel social que continua exercendo do lado de fora do Bope.
Rodrigo Pimentel fala ainda sobre a importância do retorno que teve através das redes sociais. “Havia pessoas dizendo que entendiam o que eu estava falando, até familiares de policiais me pedindo informações e me agradecendo. Afinal, são 2.800 esposas de toda uma corporação que estavam vendo os maridos em uma situação grave. Eu estava muito preocupado em dizer para as famílias que eles estavam bem. Era uma ação tranquilizadora”.
E o ex- capitão ainda fica espantado com algo? “Fiquei quando vi tanto bandido junto antes da operação na Vila Cruzeiro. Na minha última operação no Alemão, vi no máximo 40. Aquela cena me causou surpresa e indignação”

Cenas do documentário ‘Notícias de uma Guerra Particular’, de 1999, quando Pimentel ainda era capitão do Bope | Foto: Divulgação
Os momentos difíceis e mais emocionantes
Vendo as ações policiais da força militar e a reação dos moradores, Rodrigo Pimentel diz que se emocionou em alguns momentos. Ele destaca dois: “O primeiro foi quando mostrou os policiais no mesmo local, na lateral à Rua Joaquim de Queiroz, onde o meu amigo foi morto há dez anos, na minha última operação. A segunda foi quando o comboio da Marinha levava policiais do Bope pela Avenida Brasil. Naquele momento, pensei: desta vez vai! Acreditei.”
O que muitas pessoas não sabem é que Pimentel tem um irmão nas Forças Armadas e que estava participando da operação. “Foi um momento difícil. Fiquei apreensivo por ele, que estava comandando os blindados do Exército, e também pelos meus amigos da corporação. O tempo todo eu tinha certeza que seria inevitável um banho de sangue. Mas, isso, graças a Deus, não aconteceu. Quando o Complexo do Alemão foi tomado e nada do que eu acreditava aconteceu, me senti aliviado”. Outro momento que Pimentel destaca foi quando, às 8h20, o delegado Rodrigo Oliveira atingiu o Areal e não teve resistência.
Vendo as ações policiais da força militar e a reação dos moradores, Rodrigo Pimentel diz que se emocionou em alguns momentos. Ele destaca dois: “O primeiro foi quando mostrou os policiais no mesmo local, na lateral à Rua Joaquim de Queiroz, onde o meu amigo foi morto há dez anos, na minha última operação. A segunda foi quando o comboio da Marinha levava policiais do Bope pela Avenida Brasil. Naquele momento, pensei: desta vez vai! Acreditei.”
O que muitas pessoas não sabem é que Pimentel tem um irmão nas Forças Armadas e que estava participando da operação. “Foi um momento difícil. Fiquei apreensivo por ele, que estava comandando os blindados do Exército, e também pelos meus amigos da corporação. O tempo todo eu tinha certeza que seria inevitável um banho de sangue. Mas, isso, graças a Deus, não aconteceu. Quando o Complexo do Alemão foi tomado e nada do que eu acreditava aconteceu, me senti aliviado”. Outro momento que Pimentel destaca foi quando, às 8h20, o delegado Rodrigo Oliveira atingiu o Areal e não teve resistência.
Um comentário:
A Presidente eleita Dilma ligou para o Cabral e disse que se precisar de
mais um Canhão, ela mesmo vem!!!
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