Transição no governo: o pior ainda está por vir
Em semana decisiva, Dilma vai conversar com partidos da base aliada e vai ter que estar pronta para oferecer alternativas quando acabarem as vagas no primeiro escalão
Brasília - A presidenta eleita, Dilma Rousseff (PT), começa a dialogar com lideranças dos partidos da base aliada esta semana e terá que mostrar desenvoltura política para dar forma final a seu ministério. Ela prometeu resolver até 15 de dezembro, mas, até lá, terá de se submeter à extensa lista de nomes que serão apresentados pelos partidos aliados. Para caber todo mundo nos 37 postos de primeiro escalão com status de ministro, vale até dividir uma pasta em duas, como propõe o PP. Dilma também poderá oferecer cargos de segundo e terceiro escalões no governo, além da presidência de estatais, sendo que, neste caso, uma vaga de ministro representa alguns cargos a mais no posto alternativo.
“Nem todas as demandas serão atendidas, mas, aí, sobram o segundo e o terceiro escalões. Ela tem pessoas do lado dela para negociar, como (o deputado federal) Antonio Palocci, (o vice) Michel Temer e (o presidente nacional do PT) José Eduardo Dutra ”, explica o cientista político João Paulo Peixoto, da Universidade de Brasília.
O PP dá como favas contadas a saída do ministro das Cidades, Marcio Fortes, que é do Rio. Por outro lado, ganha força o nome do deputado federal Mário Negromonte (PP-BA) para substituí-lo. O baiano aproveitou recente viagem do senador Francisco Dornelles (PP-RJ) — favorável a Fortes — aos Estados Unidos, para articular o apoio ao seu nome de 42 deputados eleitos que fizeram campanha para José Serra (PSDB) pelo País e que, agora, mudariam de lado se ele virar ministro.
Caso não consiga convencer Dilma sobre Negromonte, o PP vai sugerir a divisão do Ministério das Cidades. “A área de Habitação poderia ficar com o PT, enquanto ficaríamos com o Saneamento, desde que possamos assumir o controle da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), vinculado ao Ministério da Saúde”, explica o deputado federal Simão Sessim (PP-RJ), um dos caciques do partido.
Além do PP, participarão das discussões com o PT o PMDB, PDT, PCdoB, PRB, PSB, PR, PSC, PTC e PTN. Depois de definir sua equipe econômica, com Alexandre Tombini, no Banco Central (BC); Guido Mantega, na Fazenda; e Miriam Belchior, no Planejamento; Dilma deve confirmar esta semana a ‘cozinha’ do seu governo: Antonio Palocci, na Casa Civil; Gilberto Carvalho, na Secretaria-Geral; José Eduardo Cardozo, na Justiça; Alexandre Padilha, em Relações Institucionais; e Paulo Bernardo, para Saúde ou Comunicações. São todos nomes da cota da presidenta eleita, não do PT.
O PP dá como favas contadas a saída do ministro das Cidades, Marcio Fortes, que é do Rio. Por outro lado, ganha força o nome do deputado federal Mário Negromonte (PP-BA) para substituí-lo. O baiano aproveitou recente viagem do senador Francisco Dornelles (PP-RJ) — favorável a Fortes — aos Estados Unidos, para articular o apoio ao seu nome de 42 deputados eleitos que fizeram campanha para José Serra (PSDB) pelo País e que, agora, mudariam de lado se ele virar ministro.
Caso não consiga convencer Dilma sobre Negromonte, o PP vai sugerir a divisão do Ministério das Cidades. “A área de Habitação poderia ficar com o PT, enquanto ficaríamos com o Saneamento, desde que possamos assumir o controle da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), vinculado ao Ministério da Saúde”, explica o deputado federal Simão Sessim (PP-RJ), um dos caciques do partido.
ATÉ A OPOSIÇÃO DARÁ TRÉGUA NO INÍCIO
As negociações para preencher vagas de alto escalão serão difíceis, mas não devem ser traumáticas. Trata-se do início do governo de Dilma e ninguém estará ansioso por brigar logo de cara. Nem mesmo a oposição — que terá Aécio Neves (PSDB-MG) no Senado e Rodrigo Maia (DEM-RJ) na Câmara de Deputados.
“Pode ser que algum partido aliado fique descontente, mas vai evitar brigar logo no começo. Até a oposição dará uma trégua no primeiro mês”, avalia o cientista político João Paulo Peixoto, da Universidade de Brasília (UnB).
Depois da escolha da equipe econômica, da Casa Civil e da Secretaria-Geral da Presidência, os demais postos de primeiro escalão entram na disputa dos aliados. As pastas têm peso diferente na negociação. O Ministério da Defesa, por exemplo, vale mais do que o da Pesca e Aquicultura.
“Pode ser que algum partido aliado fique descontente, mas vai evitar brigar logo no começo. Até a oposição dará uma trégua no primeiro mês”, avalia o cientista político João Paulo Peixoto, da Universidade de Brasília (UnB).
“Os mais cobiçados agora são Saúde, Educação e Cidades. A pasta de Esportes também ganha peso nestes próximos quatro anos, por causa da preparação para a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016. Para estes ministérios, a barganha vai ser forte”, aposta o cientista político Malco Camargos, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
QUEM É QUEM NO PRIMEIRO ESCALÃO
Alguns ministros do governo Lula deixaram seus cargos no primeiro semestre para disputarem as eleições. O PMDB, por exemplo, tinha seis pastas. Hoje, tem três. Alguns ministros sem partido são substitutos dos que eram titulares antes de se tornarem candidatos. Provavelmente, estas pessoas, de perfil mais técnico, não devem continuar nos cargos, a não ser que um partido o veja como alguém possível de entrar na sua cota.
PT
Desenvolvimento Agrário - Guilherme Cassel
Educação - Fernando Haddad
Fazenda - Guido Mantega
Justiça - Luiz Paulo Barreto
Pesca e Aquicultura - Altemir Gregolin
Planejamento, Orçamento e Gestão - Paulo Bernardo
Previdência Social - Carlos Eduardo Gabas
Relações Exteriores - Celso Amorim
Turismo - Luiz Barretto Filho
Secretaria Especial dos Direitos Humanos - Paulo de Tarso Vannuchi
Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial - Eloi Ferreira Araújo
Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres - Nilcéia Freire
Secretaria-Geral da Presidência - Luiz Dulci
Secretaria de Relações Institucionais - Alexandre Rocha Santos Padilha
Desenvolvimento Agrário - Guilherme Cassel
Educação - Fernando Haddad
Fazenda - Guido Mantega
Justiça - Luiz Paulo Barreto
Pesca e Aquicultura - Altemir Gregolin
Planejamento, Orçamento e Gestão - Paulo Bernardo
Previdência Social - Carlos Eduardo Gabas
Relações Exteriores - Celso Amorim
Turismo - Luiz Barretto Filho
Secretaria Especial dos Direitos Humanos - Paulo de Tarso Vannuchi
Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial - Eloi Ferreira Araújo
Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres - Nilcéia Freire
Secretaria-Geral da Presidência - Luiz Dulci
Secretaria de Relações Institucionais - Alexandre Rocha Santos Padilha
PMDB
Agricultura, Pecuária e Abastecimento - Wagner Rossi
Defesa - Nelson Jobim
Saúde - José Gomes Temporão
Banco Central - Henrique Meirelles
PP
Cidades - Marcio Fortes
Agricultura, Pecuária e Abastecimento - Wagner Rossi
Defesa - Nelson Jobim
Saúde - José Gomes Temporão
Banco Central - Henrique Meirelles
PP
Cidades - Marcio Fortes
PSB
Ciência e Tecnologia - Sérgio Machado Rezende
Secretaria Especial de Portos - Pedro Brito
Ciência e Tecnologia - Sérgio Machado Rezende
Secretaria Especial de Portos - Pedro Brito
PCdoB
Esporte - Orlando Silva Jr.
Esporte - Orlando Silva Jr.
PDT
Trabalho e Emprego - Carlos Lupi
Trabalho e Emprego - Carlos Lupi
PV
Cultura - Juca Ferreira
Cultura - Juca Ferreira
SEM PARTIDO
Comunicações - José Artur Filardi
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior - Miguel Jorge
Desenvolvimento Social e Combate à Fome - Márcia Lopes
Minas e Energia - Márcio Zimmermann
Integração Nacional - João Santana
Meio Ambiente - Izabella Teixeira
Transportes - Paulo Sérgio Passos
Secretaria de Assuntos Estratégicos - Samuel Pinheiro Guimarães
Secretaria de Comunicação Social - Franklin Martins
Advocacia-Geral da União - Luís Inácio Lucena Adams
Casa Civil da Presidência da República - Carlos Eduardo Esteves Lima (interino)
Controladoria-Geral da União - Jorge Hage Sobrinho
Defensoria da União - José Rômulo Plácido Sales
Gabinete de Segurança Institucional - Jorge Armando Felix
Comunicações - José Artur Filardi
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior - Miguel Jorge
Desenvolvimento Social e Combate à Fome - Márcia Lopes
Minas e Energia - Márcio Zimmermann
Integração Nacional - João Santana
Meio Ambiente - Izabella Teixeira
Transportes - Paulo Sérgio Passos
Secretaria de Assuntos Estratégicos - Samuel Pinheiro Guimarães
Secretaria de Comunicação Social - Franklin Martins
Advocacia-Geral da União - Luís Inácio Lucena Adams
Casa Civil da Presidência da República - Carlos Eduardo Esteves Lima (interino)
Controladoria-Geral da União - Jorge Hage Sobrinho
Defensoria da União - José Rômulo Plácido Sales
Gabinete de Segurança Institucional - Jorge Armando Felix
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